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Evolução do mercado para as portas de madeira

Construtoras passam a especificar portas por desempenho para atender requisitos da norma técnica da construção

Os avanços técnicos e de qualidade incorporados às portas de madeira e a necessidade de entregar ao consumidor produtos que atendam à vida útil projetada transformaram a forma como as construtoras especificam e compram as portas de madeira nos últimos anos.

Com a publicação da norma específica de portas de madeira (ABNT 15930), as empresas perceberam que era possível desenvolver produtos sob o olhar do desempenho. “A normalização permite à construtora entender o produto e especificar de acordo com a necessidade de uso no empreendimento. A certificação traz uma clara diferenciação no mercado em relação a produtos não certificados, inclusive fidelizando clientes”, revela o diretor da empresa Lavrasul, Thales Zugman.

Ulysses Machado, gerente nacional para madeira na construção civil da Eucatex, também confirma essa mudança na relação com os compradores. “Há uma exigência maior por parte das construtoras com relação à garantia de desempenho dos produtos entregues. A relação comercial passou a envolver não somente o orçamento, mas a apresentação das certificações”. Ele ressalta ainda que no caso dos empreendimentos, que recebem financiamento de programas habitacionais do governo federal, o certificado é obrigatório.

Um exemplo disso é o acordo setorial firmado entre o Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME) e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo, que objetiva atender à população com moradia de boa qualidade e durabilidade. Para isso, o governo do Estado instituiu o Programa da Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo (Qualihab), que estabelece acordos setoriais com os agentes da cadeia da construção civil, visando ao fornecimento de produtos com qualidade assegurada. Por meio desse acordo, as construtoras que atuam no programa da CDHU são orientadas a adquirir produtos das empresas certificadas do PSQ-PME.

Com a crescente demanda por produtos certificados, as empresas estão investindo na certificação de mais linhas de produtos. “A busca do certificado por parte das construtoras aumentou muito, tendo em vista essa procura, estamos também buscando novas certificações de produtos e melhorias de processos para melhor atender nossos clientes e expandindo nossa atuação”, conta Cláudio Fabiano Viganó, supervisor de qualidade da Dalcomad.

Para estabelecer uma relação mais sólida com as construtoras, os fabricantes passaram de fornecedores para parceiros e consultores. “Nossas equipes orientam os clientes desde o momento da especificação dos produtos até a instalação, incluindo os cuidados que se deve ter com o manuseio, armazenamento, na hora da instalação e também na manutenção do kit porta pronta. Todas estas informações e orientações constam em nosso manual técnico”, explica Viganó.

De acordo com o gerente comercial da Randa, Graciano Wrubleski, “as construtoras passaram a valorizar as empresas que oferecem produtos certificados“. É uma relação de venda, mas também de parceria; fornecendo produtos específicos e adequados para cada tipo de uso, o que garante o desempenho no canteiro de obras”, conclui Wrubleski.

Situada no Nordeste, a fabricante Rocha Porta Pronta também confirma o crescente interesse das construtoras por produtos certificados. “No mercado em que atuamos, as construtoras vêm demandando cada vez mais produti­vidade com alta qualidade, e o certificado dá essa garantia, por atender à norma de desempenho da construção civil”, relata o diretor comercial Wellington Rocha.

Quando as construtoras não exigem o certificado, mas apenas os laudos de ensaios, as empresas certificadas têm cumprido o papel de orientar. “Muitas construtoras ainda solicitam somente os ensaios, porém entregamos o certificado. Cabe a cada fabricante fazer a sua parte e explicar as diferenças entre um certificado de qualidade de um simples laudo de ensaio, reforçando a importância da certificação do produto para o cliente”, explica Daniel Zini, diretor comercial da Pormade.

Para apoiar as empresas nessa relação de transparência com as construtoras, a associação Brasileira da Indústria de Madeira (Abimci), que coordena o PSQ-PME, fornece aos participantes do Programa uma série de materiais de apoio. É o caso, por exemplo, da nota explicativa que trata a diferença entre certificado e laudo: o certificado de qualidade é um documento emitido pelo organismo certificador oficial e assegura que o produto atende aos requisitos exigíveis pela norma técnica, enquanto o laudo é apenas um relató­rio de ensaios emitido pelo laboratório.

Segundo Fábio Ayres Marchetti, diretor-presidente da Manoel Marchetti, o “esforço coordenado do PSQ-PME, com uma excelente e atuante estrutura de acompanha­mento e de ações para a promoção do programa; promo­vendo reuniões e encontros periódicos, eventos técnicos, incentivando a normalização, disponibilizando informações e materiais técnicos de alto nível, corroboram as excelen­tes práticas que temos experimentado com o programa”.

Fonte: Assessoria de Imprensa Abimci – PSQ-PME